A língua é a enteada predileta do pensar. Entretanto, ela anda sempre manquejando atrás dos pensamentos sobre o pano de fundo do ocasional nível cultural de quem a usa. A língua jamais é isenta de valor e sempre se adapta ao espírito da época.
Mesmo a partir da data em que a língua começa a ser transmitida por escrito é bastante relativo à sua clareza, conquanto que, intencionalmente ou não, ela expressa através do pensamento, o vocabulário arquivado na mente. O pensamento vem antes da palavra e, se ele não existir não existirá a palavra.
Por quantas vezes as palavras originalmente empregadas teriam mudado de sentido? Até hoje, embora muitas palavras não estejam presentes no pensamento, e, conseqüentemente na língua, muitas são as que ainda permanecem incólumes nos dicionários da Língua Portuguesa sem que sejam usadas no palavreado do dia a dia. Muitas outras palavras perdem-se ou mudam de sentido entre a harmonia, pensamento e fala, por já fazerem parte de um passado remoto.
Ao folhear um livro escrito há mais de duzentos anos, indubitavelmente, pode-se constatar que o palavreado daquela época difere bastante da linguagem dos nossos dias.
Ao percorrer por várias regiões onde a comunicação é notadamente feita por um mesmo idioma nota-se claramente que o pensamento e a língua são diversificados entre um lugar e outro, cuja expressão da linguagem acaba por se transformar em dialeto.
Neste contexto, é sabido que até em uma mesma região, porém dividida pelo campo e a cidade, o pensamento com sua aliada a língua, a palavra é expressa diferentemente entre os seus moradores.
Assim, a língua traduz o que o pensamento quer. Sem haver o pensamento não pode existir a palavra, haja vista que a língua é dependente da mente. É a língua em harmonia com o pensamento.
Luiz Pádua
06 julho 2010
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