Estou indo ao encontro do meu horizonte
Pergunto-me silenciosamente:
Terei forças para chegar até ele
Quando o alcançarei
Tão perto e quão distante está
Subo e desço estradas íngremes esburacadas
Resgato as forças e continuo caminhando
Tropeçando na solidão desta estrada
Intimamente sinto-o na essência do âmago
Pura ilusão ele está arredado
Como alcançar o meu horizonte?
Escuto ao longe o canto da passarada
Um novo alento me desperta para a caminhada
Transpondo rios e florestas verdejantes
Sempre caminhando em sua direção
Às vezes ele desaparece dos meus olhos
Para logo reaparecer garboso e sorridente
Continuo enxergando-o cada vez mais distante
Desço, subo, quebro à direita, à esquerda
Desço ladeiras, subo morros e atravesso brejos e rios
Não o alcanço, mas não desisto
Hei de chegar até o meu horizonte vazio
Estrelas cadentes cruzam o céu
Nas noites claras de luar
Talvez indicando o caminho para ele encontrar
Agradeço e continuo caminhando em sua direção
Vez ou outra um murmúrio de lamento ecoa no coração
Vejo-o bem à minha frente
Mas quão difícil é caminhar na escuridão
Sinto o passado misturar-se com o presente
Com o futuro ausente
E Paro para descansar na estrada da solidão
Luiz Pádua
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