MEU
CANTINHO
Luiz de Carvalho
Pádua
Sou
rico, um milionário
Tenho
meu espaço o meu cantinho
Ele
não é grande, pelo contrário
Bem
pequenininho
No
meu cantinho tenho tudo que preciso
Ele
é só meu, sou único dono
Na
vida é tudo que posso ter
Sou
dono de toda a bagunça existente
Fragmentos
de papel com poemas inacabados
Até
a enferrujada máquina de escrever.
Boa
bebida também não falta, é evidente
Na
verdade tudo ali é anarquizado
Mas
tudo no cantinho é expoente
Mesmo
sendo desordenado
Encontro
tudo que procuro
Debaixo
da papelada até no escuro
Às
vezes em alguma gaveta bagunçada
Dentro
de algum livro esquecido
No
meio dos bagulhos em qualquer lugar
Ou
mesmo pelo chão caído
Em
qualquer canto deve estar.
Do
meu cantinho me comunico com o mundo
Onde
busco o conforto e a verdadeira paz
Que
a felicidade sempre traz com gratidão
Nas
noites frias de inverno
Ou
nas noites quentes de verão
Do
meu cantinho busco me inspirar
Sem
sufocar o coração
Ou
exaurir minhas forças
Nem
chegar à exaustão
Do
meu cantinho
Vejo
os campos florir
O
tempo passar
O mundo sorrir
E
a chuva a cair.
Tendo
tudo isso á mão
Querer
algo mais é mesquinho
Por
tudo isso sou um milionário
Sou
dono do Meu Cantinho.
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