PASSAPORTE PARA O INFERNO

PASSAPORTE PARA O INFERNO
ÚLTIMO LANÇAMENTO
Perplexo e pensativo, caminho pelas ruas pensando no que somos...
Quanta razão está imbuída no nosso coração; realidades sem fantasia. Somos nocivos, causamos e transmitimos alegria e tristeza, o mal e o bem. Às vezes, instintivamente, causamos mal a quem queremos bem. Poderíamos ter o instinto de rato que, mesmo indefeso entregue aos instintos sádicos de um gato. Até mesmo uma cobra que vive rastejando, odiada por todos e causando destruição, e por isso destruída. A traição é o pior mal da natureza.
Amigos de verdade são raros.

27 abril 2010

Vaidosa saudade

Vaidosa saudade
Luiz Pádua

Quando lá estou quero vir
Quando aqui estou quero ir
O vai e vem da saudade
É o lamento de uma vaidade

Que às vezes machuca
O coração pede
A mente padece
A razão dita ordem
O bom senso resmunga
O ego lamenta
Passa o tempo
Surgem divergências
Cessam confidências
O amor oprime o coração

Um comentário:

  1. NÃO SEI QUEM SOU, que alma tenho.
    Quando falo com sinceridade
    não sei com que sinceridade falo.
    Sou variamente outro
    do que um eu que não sei se existe(se é esses outros).
    Sinto crenças que não tenho.
    Enlevam-me ânsias que repudio.
    A minha perpétua atenção sobre mim
    perpetuamente me ponta traições de alma
    a um caráter que talvez eu não tenha,
    nem ela julga que eu tenha.
    Sinto-me múltiplo.
    Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
    que torcem para reflexões falsas
    uma única anterior realidade
    que não está em nenhuma e está em todas.
    Como o panteísta se sente árvore e até a flor,
    eu sinto-me vários seres.
    Sinto-me viver vidas alheias,
    em mim, incompletamente,
    como se o meu ser participasse de todos os homens,
    incompletamente de cada,
    por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.

    Fernando Pessoa

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